ATÉ QUE TE CONHECI

Tive namoradas na minha adolescência,

por cada uma julguei delas todo o amor.

Entreguei-me à verdade, e, eis que sofri,

a indiferença, e, uma a uma, proscrição…

Por não saber mentir, fui-me afastando,

isolando-me de toda a correspondência!

conheci as pessoas amiúde, desgostoso,

com os falsos sorrisos, vagando ao acaso.

Desde aí passei a ser uma pessoa isolada,

entre jogos de interesse, onde nada valia.

Que, as palavras, ditas, levava-as o vento,

no entardecer das angústias mais sofridas.

Mas eu não havia nascido para ser apenas

isto! Não fugiria contudo, à minha génese.

Firme me mantive recusei-me aos ímpetos

tão pérfidos, como o primeiro dos Homens.

Julgando as coisas diferentes eis resolvi-me

casar, deixando pra trás meu lindo Portugal.

Demais é passado e este nunca nos sossega,

enfermo fiquei mais de ano até me resgatar.

De regresso, ao meu Augusto país, na cama

me acobardei, chorando ausências e faltas.

Porém, amigos de verdade, já pressentem,

mesmo ao longe que nós precisamos deles.

E eu tive-os, sim, resolutos em me amparar,

chamando por mim, incentivando-me a raiz.

Até que o tempo foi libertação, vera poesia,

surgindo como um novo fulgor: raiava o sol.

Mas faltava conhecer-te, aquela namorada,

que tanto preza nosso amor acima de tudo!

Ó companheira de todas as horas e silêncios

maior que a própria natureza, amada musa.

Bem-dito o dia em que te conheci, embora

já nos conhecêssemos, de outras andanças,

que longe se fizeram perto, e, o Sim foi tão

emotivo, que ainda hoje, não hei esquecido.

Jorge Humberto

08/10/08

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 09/10/2008
Código do texto: T1219533
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