Os amores
Fala-se muito do amor presente
Guarda-se tudo do amor ausente
Com a certeza plena daquilo que se sente.
O amor na infância é a mais pura semente
Que a vida, de surpresa, planta no coraçãozinho da gente.
O fogo da paixão arrebata inclemente
O sonhador coração adolescente,
E em alvoradas e brumas,a alma, loucamente,
Ocila no balanço do amor constantemente
No começo, febre que inflama tenazmente
O corpo que almeja tocar longamente
Aquele que é alvo do amor latente.
Depois, a certeza calma de quem sente
Que o amor toca-se mutuamente
E que espontâneo, retruca docemente
São duas almas querendo sempre
Se amar no fogo, na calma e na ternura, eternamente.