voa
Há um retrato de sensualidade na tua voz
Como um sussurro que nos perturba a alma
Uma espécie de canto de pássaro que me eleva...
Tu cantas as palavras de uma forma singela
Poética, feito ave de rapina
Selvagem que voa sobre destino incerto.
Cheira a liberdade
A corrupio dos corpos que se entrelaçam desmesuradamente...
E ninguém dá por nada
Silêncio paira num espaço obliquo que vivemos
Ninguém nos ouve nesta cidade plana
Com noites inquietas
Sobrevoando sobre tremores da madrugada.
Paz que nos flúi no sangue
Sobre perguntas sem respostas
Todas elas estão no fundo dos meus olhos
No encaixe dos meus segredos.
Ruelas perdidas sem nome
Veios de essências e incensos
Velas acesas que me perduram na alma...
Sem pontuação
Sem mestria
Na humildade das letras
Componho a melodia que te sai da alma
Em efeitos de canto
De pássaro que vai e não chega
Que se transforma e se funde numa ave com o meu nome.