voa

Há um retrato de sensualidade na tua voz

Como um sussurro que nos perturba a alma

Uma espécie de canto de pássaro que me eleva...

Tu cantas as palavras de uma forma singela

Poética, feito ave de rapina

Selvagem que voa sobre destino incerto.

Cheira a liberdade

A corrupio dos corpos que se entrelaçam desmesuradamente...

E ninguém dá por nada

Silêncio paira num espaço obliquo que vivemos

Ninguém nos ouve nesta cidade plana

Com noites inquietas

Sobrevoando sobre tremores da madrugada.

Paz que nos flúi no sangue

Sobre perguntas sem respostas

Todas elas estão no fundo dos meus olhos

No encaixe dos meus segredos.

Ruelas perdidas sem nome

Veios de essências e incensos

Velas acesas que me perduram na alma...

Sem pontuação

Sem mestria

Na humildade das letras

Componho a melodia que te sai da alma

Em efeitos de canto

De pássaro que vai e não chega

Que se transforma e se funde numa ave com o meu nome.

Joana Sousa Freitas
Enviado por Joana Sousa Freitas em 15/03/2006
Código do texto: T123680