Ancorados na poesia

Na oração fervorosa dos discípulos fortes

Que rompem dogmas sem temor da morte

Destroçam vis preconceitos com trejeitos

Ancorados na licença divina pelos textos

Almas esbugalhadas, rompantes e atrevidas

Pedem perdão antecipado pelo irrealizado

Ainda no desejo ao culto santo do pecado

Que ronda a esperança do abraço apertado

Porque para pecar... Eles vivem apressados

Não se ocupam de cumprir versículos bíblicos

Redimidos que são por saber doar-se em versos

Adeptos sinceros do perdão sem rezar o terço

Confiantes que o que vale é saber fazer a hora

Ligados em alta voltagem e cabeças aceleradas

Pressentem que o amor é criativo e produtivo

E nesse embalo cheios de energias acumuladas

Não contam com dietas e menos ainda reservas

Vivem do alto consumo que anda descontrolado

Dele tiram frases, verbos, sujeitos, predicados

Criam mundos imaginários e meios alternados

Às vezes pensam e alimentam-se de metáforas

Bebendo a seiva das palavras descompromissadas

Transpiram suas defesas veementes e indignadas

Pedindo licença ao inventor renomado da hipocrisia

Sem suspeitar do que a pitoresca figura pretendia

Assim oferecem suas queixas... Certas ou erradas

Vão de testa sem esconder nada ao olhar a parada

Com os rostos de cristal. Espíritos sutis desenhados

Não controlam o rubor das faces envergonhadas

Escrevem e descrevem pintando caleidoscópios

Nesse fascinante mundo poético eletromagnético

Dueto: Nalva & Hilde

Nalva Ferreira e Hildebrando Menezes

Navegando Amor
Enviado por Navegando Amor em 20/10/2008
Reeditado em 21/10/2008
Código do texto: T1237868