varal de olhares

verte... vazio inverso

meu ar obstante

o bastante ar que inalo

arde

e não basta, nem sobra

choro cada gole do ar que trago

afagos e há fogos

rarefeitos, raros ou não

obstruída a glote soluça

solfeja

no varal dessas cordas vocais

não há “ai” nem há mais

uma nota solta

uma molhada manta

é quando o vento cala

e agora o peito é vala

meu peito é mala

cava, oca

e o lábio, zíper, da boca

cerra, tranca, emperra

meus olhos gritam

mas teus olhos...

não sabem me ouvir