Por não te ver

Páginas da consciência se abrem.

Mostram as minhas carências, mal cabem.

Me sinto sempre num escuro.

Te ter é um caso absurdo.

Sinto uma certa demência

na causa da tua ausência.

Amores progressivos existem.

Choros compulsivos resistem.

Será que o meu rosto

te mostra o meu desgosto?

Será que mais uma vez

da solidão serei freguês?

Coisas tão bonitas longe de mim.

Tudo tem que mudar

não pode ser sempre assim.