GASTA-ME OS LÁBIOS
Com cara de quem está dançando
E boca de lábios entreabertos
Vejo-te ...
Gasta-me os olhos.
Com boca de quem está sedento
Recebo-te
Sem pressa...
Tento ser a presa
Com o coração exposto.
Haverão surpresas?
No banquete dos sentidos
Haverão delícias....
Coisas quentes saboreando carícias.
Gasta-me a pele
Com tato,
O vício da presença.
Gasta-me o gosto
No paladar exposto: degusto...
Saltam outros sentidos.
De um idioma de vinho
A língua tudo cala, tudo grita.
O corpo tudo fala
Nesse poema vestido.
A pele espuma, se rasga ...
Nesse tinto incontido.
Despido fica o verbo.
Gasta-me o senso.
*************************************
Em co-autoria: Luciane Lopes
http://apeledopoema.blogspot.com