GASTA-ME OS LÁBIOS

Com cara de quem está dançando

E boca de lábios entreabertos

Vejo-te ...

Gasta-me os olhos.

Com boca de quem está sedento

Recebo-te

Sem pressa...

Tento ser a presa

Com o coração exposto.

Haverão surpresas?

No banquete dos sentidos

Haverão delícias....

Coisas quentes saboreando carícias.

Gasta-me a pele

Com tato,

O vício da presença.

Gasta-me o gosto

No paladar exposto: degusto...

Saltam outros sentidos.

De um idioma de vinho

A língua tudo cala, tudo grita.

O corpo tudo fala

Nesse poema vestido.

A pele espuma, se rasga ...

Nesse tinto incontido.

Despido fica o verbo.

Gasta-me o senso.

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Em co-autoria: Luciane Lopes

http://apeledopoema.blogspot.com

Luís Aseokaynha e Luciane Lopes
Enviado por Luís Aseokaynha em 26/10/2008
Reeditado em 22/05/2018
Código do texto: T1248856
Classificação de conteúdo: seguro
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