Meu peito ainda é tua moradia
Chegaste na minha vida
Enevoado por mil amores
Mas a alma tão sofrida
Machucada de rancores
Não conseguia carinho
Verdadeiro pelo caminho
Tentei, com ternura e calor
Sufocar sua frieza, seu calado amargor
Porém, desdenhando o sacrifício
Fez da minha vida um suplicio
Negaste meus beijos de amor
Maldoso, sorriste da minha dor
Segui na vida por outra estrada
Pois sua vaidade só me torturou
E você, eu sei que paz jamais encontrou
Que a sua escolha teu sossego arruinou
Conseguindo sepultar toda tua emoção
E tentando viver somente da razão
Amigo
Hoje vejo que saíste ferido
Tens minhas mãos, te ofereço abrigo
Para acolher tuas lágrimas de ingratidão
Veja
Já não sinto o calor que outrora ardia
Mas em meu peito podes procurar moradia
Meu coração te acolhe, sem zombaria
Lembrado do amor que sentiu um dia