Os deuses da paixão.

Onde arde a chama da paixão,

Emana também a força do Deliro,

Pimenta que refresca como colírio,

Nos olhares que os amantes revezam,

Simples trejeitos induzem a sedução.

Nos corpos os músculos se enfezam,

Ansiando pelo clímax da compensação.

O pudor de outrora, agora é pequeno.

Tudo parece envolto em rosas rubras.

Ainda umedecidas pelo sereno,

Da noite recém finda no firmamento,

Os segredos clamam me descubras,

Os mistérios imploram defloramento.

Querem sentir o arfar dócil da revelação.

No auge do aprimoramento da emoção.

Onde mora o fogo incansável do amor,

Os seres não usam máscaras de ferro,

Os senhores abdicam de seus poderes,

Para compartilhar o mesmo desterro,

Daqueles que antes sua própria lei baniu.

Esquecem-se os bens ou maus dizeres,

Tudo fica por detrás da porta, naquele lugar,

E só depois de rolar, de muito amar,

De saciar toda necessidade carnal,

É que estes seres deixarão de ser deuses,

E voltarão a habitar o mundo real.

Priscila Neves
Enviado por Priscila Neves em 29/10/2008
Reeditado em 27/03/2009
Código do texto: T1253929
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