CONSERTO DE DUAS VIDAS

Brigar pra quê? Se a gente se ama, se deseja,

se eu te quero sempre ao meu lado, me amando,

se tú me fascina, me embriaga com carinhos,

se nós não queremos mais viver sozinhos.

Separar pra quê? Se vái doer dentro do peito,

vái doer o coração dilacerando, e vem a dôr,

vái criar uma distância noturna em nosso leito,

vái fazer feridas nesse nosso imenso amor.

Fingir pra quê? Se a verdade está no olhar apaixonado,

dizendo: “vem pra cá meu amor, me arranha, me ama,

não me faz sofrer com a falta desse amor encantado,

deita aqui comigo no paraíso da nossa cama”.

Sofrer pra quê? Se tú és a minha inteira felicidade,

se eu sou o teu sonho, o teu amor, o teu encanto,

se é contigo que eu vivo a vida de verdade,

se nos basta a nossa vida no nosso simples canto.

Deixar pra depois não vamos nunca mais,

vamos aproveitar o tempo, a vida, todos os momentos,

apagando os erros do passado, e no futuro jamais,

encher de amor o corpo, a alma e os pensamentos.

Manaus, 10 de agosto de 1993.

Marcos Antonio Costa da Silva