Voz de Devaneio
Ceifo o fogo da febre
Artéria escorrendo
No cinza do céu.
Arrojo o temporal de suor
Flamejado na carne;
Sinto a cor das sombras
Pintando de sonho
A pedra de meu vestigio.
Quero ter tua ausência
Ser tua constelação de fúrias
Teu semblante de luz
Amadurecendo nos teus seios.
Ó musa tristonha
Que a noite coroe o silêncio
Cravejado de afeto.
E que minha alma imersa
No oceano de teus lábios
Seja meu doce naufragar...