Voz de Devaneio

Ceifo o fogo da febre

Artéria escorrendo

No cinza do céu.

Arrojo o temporal de suor

Flamejado na carne;

Sinto a cor das sombras

Pintando de sonho

A pedra de meu vestigio.

Quero ter tua ausência

Ser tua constelação de fúrias

Teu semblante de luz

Amadurecendo nos teus seios.

Ó musa tristonha

Que a noite coroe o silêncio

Cravejado de afeto.

E que minha alma imersa

No oceano de teus lábios

Seja meu doce naufragar...

Luis Felipe Saratt
Enviado por Luis Felipe Saratt em 02/11/2008
Reeditado em 02/11/2008
Código do texto: T1261065