A Agonia do Amor
A AGONIA DO AMOR
Introdução:
Tendo Cronos retornado ao Olimpo e vencido em dura batalha seu filho Zeus, elaborou uma estratégia para retomar seu poder entre os Deuses, mas estes, acostumados aos benefícios dados pelo segundo, buscaram rebelar-se contra o progenitor. Porém, traídos por Hades, foram condenados às profundezas do abismo.
I - A punição aos Deuses rebelados e a decadência do Amor
Cronos, apressou-se, ao conhecer o levante
Livrar seu reino dos ditos deuses maus
Condenando seus intrépidos comandantes
A pelejar na eternidade do profundo caos.
Convicto estava de sua danosa ação
De se tornar só um Deus do Olimpo
Que condenou, sem piedade, toda a nação
De anjos que o estivesse afligindo.
Amor, denominado Deus Cupido
Foi exilado semi despido
Às profundezas da danação.
E ao seu lado, tão degradantes
Caíram se outros integrantes
A derivar no mar de fogo, tal como naus.
II – A criação do homem, da mulher e da culpa
Realizado o seu comando providente
Quis o belicoso realizar algo estupendo
Para reinar como onipotente
Criou no mundo o seu espelho terreno
Para alinhar todas as forças existentes
Deliberou com seu poder divino
A nascença de seres bem diferentes
Aqui chamados: masculino e feminino
Mas por ciúme ou vaidade
Ao ver Amor na proximidade
Criou a fruta, a lei e a culpa
E ecoou como um trovão por todo Éden
Oh filhos meus! Por favor, não pequem
Ao sabor da maçã, chegarem-se a satã.
III – Amor passeia no Éden e ocorre a traição
Cupido que já cansado estava
De viver noite e dia
Mergulhado nas flamejantes lavas
Foi passear no paraíso que ali nascia
Reviveu em sua memória o que já conhecia
Ao ver vermelho e suculento
O redondo fruto que a árvore oferecia
E colheu do alto ponto seu contentamento
A mãe primeira que por ali passava
Observou o enredo que se iniciava
E quis tão logo uma explicação
Cupido prontificou, bondosamente
Numa ação inconseqüente
Que motivou a humana traição
IV – Os mortais sobrevivem protegidos pelo Amor
Indignado, bramiu feroz Cronos
A reforçar aos filhos o terrível dano
E condenou os a fora do Éden amargar
As conseqüências de escolherem se amar
E com o coração reprimido
Saíram os mortais do paraíso
Sem saber que Cupido protegia
A humanidade que deles nasceria
E surgiram gerações importantes
De Guerreiros, filósofos e errantes
Fazendo do exílio um conto da história
Até que o Cronos todo invejoso
Pôs ideal bem venenoso
Para humanidade ser levada à paranóia.
V – A Igreja e a Culpa
Para destruir a sabedoria e o pensamento
Foram designados cléricos sanguinolentos
Que devastaram em chamas e espada
Toda a cultura que média idade guardava
E impuseram a agonia
De condenar a heresia
A Merovígia descendência
Que a cristandade pertencia
E um novo livro foi reescrito
De seleções de manuscritos
Qual era a verdade decente
E a mulher passou a ser serpente
O casamento a maldição
De qualquer homem que buscasse a salvação
VI – A agonia do Amor e da humanidade
E já nos tempos em que vivemos
Vemos os homens a acharem se pequenos
Quando se percebem dominados
Por sentimentos complicados
Temem chorar, de se entregar ao ser amado
E buscam fugas os adoentados
Sem perceber que o distanciar
É a pior ferida que irá lhes machucar
E tão covarde é o que vejo
De serem mais fortes que o desejo
Como idiotas sobrevivendo
Enquanto Amor vê tristemente
O definhar dessa querida gente
Por quem na eternidade irá lutar.