No parapeito da janela

Debruço-me nesta janela ,

A chuva cai na oblíqua ...

Sou a sentinela

Da paisagem longínqua .

Um céu pardacento

Que flutua sobre o mar

Suave a ondular ;

As gaivotas ao vento ,

Levadas pelas suas asas

Pronunciam o contentamento

Da rebeldia que contemplam no ar !

Ah! Suspiro levemente ...

A aragem purificada ,

Adocicada , salgada ,

Fresca ou quente

Que me leva com ela ...

Nunca vira nenhuma mais bela !

Hum ... talvez uma tal cinderela

Que me bata à janela

E me acena para voar ...

Quebra-se o vidro que existe a separar !

O meu ego , da montanha mais bela ...

O meu ego , dessa tal cinderela ....

Que coroada , me veio coroar

Com a coroa de amante do mar !

Quero vê-la à janela ,

Sob o parapeito debruçada .

Como te quero , ó cinderela !

Leva-me para a ilha por ti plantada ...

artescrita
Enviado por artescrita em 22/03/2006
Código do texto: T126771