No parapeito da janela
Debruço-me nesta janela ,
A chuva cai na oblíqua ...
Sou a sentinela
Da paisagem longínqua .
Um céu pardacento
Que flutua sobre o mar
Suave a ondular ;
As gaivotas ao vento ,
Levadas pelas suas asas
Pronunciam o contentamento
Da rebeldia que contemplam no ar !
Ah! Suspiro levemente ...
A aragem purificada ,
Adocicada , salgada ,
Fresca ou quente
Que me leva com ela ...
Nunca vira nenhuma mais bela !
Hum ... talvez uma tal cinderela
Que me bata à janela
E me acena para voar ...
Quebra-se o vidro que existe a separar !
O meu ego , da montanha mais bela ...
O meu ego , dessa tal cinderela ....
Que coroada , me veio coroar
Com a coroa de amante do mar !
Quero vê-la à janela ,
Sob o parapeito debruçada .
Como te quero , ó cinderela !
Leva-me para a ilha por ti plantada ...