Dias contemporâneos

Olá... estais vós, vivas

e eu que não mais em vós vivo,

ou agora que sois divas,

olvidais vós do vetusto amigo?

se veleidosas, vós respirais

por que não dividais comigo

quase tudo que em vossa rotina admirais

já que regozijais num mar de risos?

perdestes vós o hábito, o liame

de diariamente dialogar comigo,

ou presunçosas de que mais não as ame,

unilateralmente, rompestes o nosso convívio?

ou será a insensibilidade do tempo

que, na pressa cotidiana, avoluma os percalços,

enquanto asfixiado, o "retrô" sentimento

olvida, inerte, a falta e os abraços?

ou será ainda, minhas fidalgas amigas

a metamorfose que se operou nos sentidos

deste loteado mundo concreto,

que desbotou a imagem da vida

que silenciou a boca e os risos

obliterados cerziram na gente os laços de afeto?

Cid Rodrigues Rubelita
Enviado por Cid Rodrigues Rubelita em 23/03/2006
Código do texto: T127394