A saudade que dói em mim

A saudade adormece atrás da porta,

no vão obscuro de um quarto

qualquer perto do cais do porto,

à espreita, silenciosa e sempre

tão presente quanto dolorida.

A saudade sorve docemente

as lágrimas que por ti verto.

Mas tu não sabes...

Não sabes que a Poetisa

de outrora relega seus versos

ao mistério das palavras

que não mais lerás.

No sorvedouro das emoções incontidas

teu nome vaga por sobre o

rascunho do desejo que aos

poucos se esvai feito o aroma

da fumaça do teu cigarro

proibido, que não mais sentirei.

Sei o quanto foi difícil

tua decisão.

Assim o disseste...

Mas ainda dóis em meu peito de

uma forma inesperada.

Teu querer por mim tornou-se

demasiado e o meu por ti

ainda queima feito o fogo

que por tantas vezes

consumiu-nos por inteiro.

Mas agora a saudade é somente

minha e preciso maturá-la

no peito o tempo que

ainda preciso for.

Mesmo que esse tempo

não seja mais o teu.

Rita Venâncio
Enviado por Rita Venâncio em 09/11/2008
Reeditado em 09/11/2008
Código do texto: T1274388
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