HUMANO

Feridas da minha infância

Cicatrizes visíveis na minha adolescência

Que de vez em quando sangram na minha idade adulta

Abertura que o tempo não esconde e nem se perde

Saber lhe dar com minhas deficiências e limitações

Aplicar o remédio certo na hora certa

Para não ferir com minhas feridas

As pessoas tão queridas

Sei que reside em meu ser vários eus

E todos eles vivos e ate mesmo independentes

A qualquer hora do dia ou da noite podem surgir lentamente

Produzindo em te feridas da minha ferida que sangra constantemente

Como estou tão próximo de te

Será o primeiro a receber o que não foi pensado pra te dar

Não é aquilo que mereces ter

É apenas o meu eu limitado pequeno e tão humano que você viu agindo de relance por um instante.

Conceição Pearce.