Apólogo Aurora

Luz, luz que invade a minha janela

Bem que me torna tão realizado

Manifesta o meu dia, me ilumina

Chega, te aconchega tão bela

Em meus braços, olhar delicado

Veludo que as mãos tocam

Tua tão bela pele, macia

Sem explicação, sem nexo

O amor não tem sentido

Simplesmente o complexo

De um olhar já evadido

Com a timidez da inocência

Flora a felicidade espantosa

Para saber o que é amor

Se nunca o tiver conhecido

Ou se nunca o tiver sentido

A vida resta só o puro ardor

Do crepúsculo à aurora

Tua frangância é dilacerada

Sinto-me afundado no martírio

Da água eivada, ó antídoto!

Que penetra como um soneto

Em meu calejado ouvido.

Minha própria veemência

Desapareceu na neblina

Já quase é coincidência

Aposto pela concretividade

D'amor que me fascina...

Encontro-me nesse apólogo

Como um impreciso tiro

Penetrei no rastro dela

Com o meu abismado suspiro

Procurando a própria dialética

Procurando minha lógica

Tento estar afortunado

Pois a falta das palavras

Me deixa embasbacado.

Matheus Mendes
Enviado por Matheus Mendes em 19/11/2008
Código do texto: T1292670
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