ULISSES E PENÉLOPE

Foi Ulisses guerrear

Em outros mares, outras terras.

Penélope a lhe esperar,

Noite e dia persevera.

O pai que por opção,

Interesse e posição,

´Inda preso à tradição,

De sua filha, oferta a mão.

É fiel e apaixonada -

Por seu marido é amada -

Decidiu que o esperaria.

Mas o pai é insistente,

E há tantos pretendentes,

Mais difícil, a cada dia.

Então aceitou a corte

Dos pretendentes, à mão.

Mas com uma condição,

Jogando ali sua sorte.

Uma colcha teceria,

Aos olhos deles, faria.

Mas, à noite, escondida,

Com as mãos, desfazeria.

E assim passaram-se dias.

Mas uma serva maldita,

Revelou toda a mentira.

Sendo esperta e mui ligeira,

Nunca perdera a esperança,

Outra estratégia faria.

E foi assim que propôs:

Comigo há de se casar,

A quem o arco envergar,

E certo, com ele, atirar.

E bem que todos tentaram.

Nenhum deles conseguiu.

Surge Ulisses, o mendigo.

Que o arco também brandiu.

O arco ele envergou.

Dele, uma flecha saiu.

No alvo, um duro golpe.

Dela os olhos brilharam;

Reconhecendo o amado,

O seu amor ressurgiu.

Moses Adam

F.V. 07.10.08