Amor divino

Edson Gonçalves Ferreira

Eu estava no computador

O Menino invadiu meu escritório9

Agarrou nas minhas pernas

E me chamou para ver as estrelas!...

Ao chegar na sacada, estremeci

Parecia que eu estava em Nazaré

Há dois mil anos, vendo José carpintar como meu pai

Maria cozinhava, cantarolando

E minha mãe, sentada descascando batatas, sorria para mim

Eu voltei a olhar para o Menino Deus, admirado

Ele me disse que eu não estava sonhando

Olhei para o céu, as estrelas brilhavam

O Menino segurava a minha mão

Então, revivi a casa de minha mãe

O vulto querido dela

A grinalda de cabelos brancos

Sentada num banquinho, que eu guardo até hoje,

Ela furava os figos para fazer doce para o Natal

Do lado dela, um menino de cabelos lisos com franja na testa,

Sorrindo, ajudava e furava os figos também

Era eu mesmo, outra vez menino

Olhei para o Menino Deus e Ele sorriu para mim

Entendi que Ele permitira que revisse a minha infância

A ternura do lar como de Nazaré onde Ele foi criado

Meus olhos encheram-se de lágrimas

Quando procurei pelo Menino, Ele cheirava o vaso de erva-cidreira

Perguntei se ele gostava de chá

Acenou-me com a cabeça que sim

Fui para a cozinha, fiz chá

Sentamo-nos à mesa, Ele tomou chá comigo

E, depois, assim como chegou, sumiu

Mas a paz está no meu coração.

Divinópolis, 02.12.08

edson gonçalves ferreira
Enviado por edson gonçalves ferreira em 02/12/2008
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