Poeta sem leitor...

Amava-te como se ama algo que sempre se quis

Como se fosses o principe que me fizeste crer que eras

Amava-te de dia, de noite, na tua ausência, na tua presença

Sem limites ou barreiras, num sentimento sem fim

Sentia tanto que o som das palavras me parecia miserável

Então escrevia, juntando letras e sensibilidade

Eternizando momentos e sentimentos

Só para te puxar para mim, num abraço infinito

Escrevi sempre sem nunca apagar, sem vacilar

Acreditei em nós quando tudo era impossível

E ainda mais quando me pareceu começar a tornar-se real

Mas pegaste na minha crença e destruiste-a

Eu rabiscava para Ti mensagens apaixonadas

Que eram verdades presentes, desejos futuros

Mais do que delirios de escritor

Eram versos cheios de ternura dedicados a um grande amor

Acho que te assustaste e fugiste

E em nenhum momento te perguntaste o que perderias

Sem alimento, sem terra o sentimento murchou

Como uma flor sem água que alguém arrancou

Já nem lês o que para Ti continuo a escrever

Como um actor sem espectadores

Como um palhaço sem risos

Sou uma "poeta" sem leitor

Mas pior é ter um amor sem destinatário

É amar sem ser correspondida

É ouvir gosto de Ti seguido de um mas...,

Sem conseguir que isso deixe de me entristecer

Olha o céu salpicado de vermelho

E enquanto te apercebes da sua belexa lembra-te

Que são minhas as lágrimas de sangue

E que foi com elas que pintei o céu para Ti

Sonya
Enviado por Sonya em 02/04/2006
Reeditado em 05/08/2006
Código do texto: T132425