AINDA ASSIM, TE AMO.

A meu filho, que me acorda quando estou cansado,

E que me faz jogar bola quando estou indisposto.

A ele, por me fazer passar a mão em sua bunda melada,

E por urinar o meu rosto quando estou desprevenido.

A meu filho, por adoecer quando estou sem dinheiro,

E pela honra de me envergonhar na frente de todos.

Por me tornar ressabiado, desassossegado por tudo.

A ele, por mexer na tomada, subir a escada, quebrar

porta-retratos e destruir as plantinhas da vovó.

A meu filho, pelas noites em claro, pelas olheiras.

Por rasgar os meus livros, as minhas poesias inéditas,

E por perturbar, com seu choro, as minhas inspirações.

Enfim, todo o amor, dedico a ele que me permitiu brincar de Deus, criando a vida, forjando a felicidade e moldando o destino.