Conversa sagrada

de Edson Gonçalves Ferreira

para Henricabílio, Susana Custódio, Malubarni, Tera Sá, Edyth

Teles de Meneses, Zé Albano, Meriam Lázaro, Sônia Ortega,

Zélia Nicolodi, Claraluna, Fernanda Araújo, Silvânio Alves,

Kathleen Lessa, Maria Emília Pereira e meus amigos do Recanto

Tomava eu um gole de vinho, ontem, à noite

Quando, de repente, vi o Menino Deus brincando aos meus pés

Levei um susto danado e perguntei-LHE porque viera até a mim

Logo eu que sou o último dos últimos

Ele respondeu que, justamente, por causa disso, chegara

Adoro ovelhas perdidas e, aí, então, quase LHE falei um palavrão...

O vinho estava gostoso e as lembranças na minha cabeça uma delícia!

Olhei para Ele, sorria

Perguntei-Lhe se gostava de Fernando Pessoa

Respondeu que era um de seus poetas prediletos

Que ele falara a coisa quase certa

Interroquei-O, então, a respeito

Disse que a Virgem Maria O concebera sim

Então, ela não era e nunca foi uma mala

Retrucou que o Espírito Santo nunca foi uma pomba estúpida

Salientando que eram apenas maneiras de o poeta maior falar

Agora, salientou que Ele reafirma que a Igreja Dele não é desse mundo

E, portanto, não precisa de prédios suntuosos

Esclareceu que não fundou religiões, apenas pregou a fé

A fé num único e verdadeiro Deus

Que está em todas as partes

Que amava muito seu pai, José

E, depois, brincando disse que meu pai e minha mãe estão felizes lá

Olhei para Ele e Ele brincava de ligar um papai-noel a pilha

Responda-me, Menino Deus, como é lá?

Escutei uma gostosa gargalhada infantil

E, quando voltei meu olhar, Ele desaparecera

Mas um perfume de rosas pairava no lugar.

Divinópolis, 08.12.08

edson gonçalves ferreira
Enviado por edson gonçalves ferreira em 08/12/2008
Reeditado em 08/12/2008
Código do texto: T1325151
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