QUANDO ACONTECE O AMOR

Quantas solas de sapato um homem gasta atrás

De rabos-de-saia, perfumes baratos, pan-cake e cílios postiços?

Noites com drink's gelados e bares e festas à todo gás

E paixão rodando à toda velocidade, sem nenhum enguiço...

Quartos de motéis e loucas promessas por uma conquista,

Os beijos mais quentes e sedutores saindo do forno da ilusão,

Do amor não se tem nenhum vestígio, dele nenhuma pista,

A caldeira do desejo aquecendo lentamente o coração...

Melhor assim, diz ela, sem nenhuma pressa, nenhuma amarra...

Melhor assim, diz ele, sem nenhum calor, nenhuma sensação...

Pode de novo o navio se lançar do porto outra vez às águas

Turbulentas da vida que se segue, insone, sem nenhum clarão...

Dar uma flor à amada? Ora...nem ela sabe o quanto isso é bom,

Nem ele sabe quanta felicidade traz aquele telefonema inesperado,

Aquela música que ela ouve, sorrindo, mesmo que fora de tom,

Aquele desejo de tocar seu rosto, nem ele sabe, o inexperimentado...

Talvez o amor seja essa coisa louca que acontece de repente,

Um olhar trocado às pressas, quando o sinal fecha, no meio da rua...

Ele, sem saber bem o porque de sentir essa coisa, coisa quente,

Ela, ruborizada, dentro do carro, mesmo assim se sentindo nua...