Viajantes da Ilusão


O sonho mais louco
É aquele sonhado,
dormindo ou acordado
E por Orfeu amparado

Que encontra no caminho
Luzes, rosas sem espinho
Paz, esperança e vida
Animação, ternura, carinho.

Nos emaranhados da imaginação
Que nos levam ao delírio, ao êxtase
Que nos fazem bem, nunca o mal
Na base, restos de um vendaval

Que nos bestifica, terrifica e implica
Que balouça tímido, lançando chamas
Salta sôfrego, as vezes desigual
De quem jaz no refúgio orbital

Caem visgos, cismos, lama
Sujeira impiedosa, lenta, sangrenta
Gotas de orvalho brilhante
Cobrindo de folhas vis o meu quintal

De arrolos, arroubos, insanos
Cânticos de vesperal
Fogo que queima, estrutura vazia
soberana e esguia, vez triunfal

Mas são sonhos,viajantes da ilusão
Embalado ao som do âmago que ecoa
Estacionando nas paragens da emoção
Entusiasta, dramática, mítica que caçoa

E mesmo cansado e acabrunhado
Alça vôos de uma grande fantasia
Viagem profana, desejo agasalhado
Gesto de almas, corpo, sanha, pecado

Amor profundo, sobejo, tórrido e calmo
Alcance, vitória, gana, inóspita ira
Despido no corpo e na alma, desvairado
Sonho sonhado, será realizado