PRONÚNCIA*
O que cala não desmente...
A boca planta a semente e
e os olhos dizem: te amo.
E a alma canta apressada
que a calma é desnaturada
e tem pressa de abrigo.
E o que cala eu consigo,
dizer sem tanta demora...
que meus olhos morrendo
lá fora, latejam o teu perigo.
Então o corpo dormente
desperta feito serpente
e a língua lambe: te amo.
É certo que é encantada
essa paixão desvairada
que doida eu vivo contigo...
E a boca já não se importa,
que o beijo seja o recado.
E a pronúncia deixa de lado,
essas coisas que o amor
denuncia...