Soneto da Restauração
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Soneto da Restauração
Preciso descobrir porque mora em mim
Esse lancinante sentimento de dor,
Que no azul da chama, se faz um com o ardor,
Fogo voraz esculpindo em brasas carmim.
Deixo então de procurar a outra parte,
Sem o artista tudo falta e tudo sobra
Já não me reconheço, estou em obras,
Não quero ser rascunho, quero ser arte!
Desejo silenciar os meus sentidos
para que assim o artista restaure em paz,
quem sabe também os meus sonhos partidos.
Existe a dor, mas agora tem outra cor...
Entrego-me a esse doce momento,
Em que pelo Amor sou tocada com furor.
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