A TUA DOR É MEU INFORTÚNIO

O teu sorrido extinguiu-se,

A face lívida está pálida,

Os olhos fundos de quem chorou,

A feição cansada no rosto,

Os braços pouco ágeis e lentos,

O meu coração está em pedaços,

Dolorido por não conter tua dor,

Porque os sedativos pouco fazem,

É terrível o quadro de tua aparência,

Custoso me torna olhar-te,

Vendo tua silhueta delgada,

Sinto o dolorido no peito violenta,

E o vazio de minha inutilidade,

Tão profundamente enraizada

nas labirínticas passagens cotidianas,

como se tua presença de espírito

perseguisse a fragilidade do meu,

estou arrasado e desfalecido,

apenas teu fortalecimento fará

o meu rejuvenescimento também.

1.983