Versos no silêncio da noite

Faço versos no silêncio da noite

que há em mim, e que

descortina as palavras feito

o romper da aurora que

sempre vejo.

É na madrugada da chuva

fria, que cai lá fora, que

meus versos são tecidos.

Nos fios dispersos da paixão

que se perdeu na

confusão do teu cotidiano.

E o fio que tece esse

discurso de paixão e poesia

está impregnado da saudade

que ainda dói em mim.

Tu sempre saberás quais

os versos fiz pra ti, mesmo sem

lê-los no calor da escrita,

no instante em que afloram

de mim, inesperados, sofridos.

Cada verso que nasce da dor

de tua partida reflete de

mim a alma que chora, o

corpo que ainda sente a

ausência do teu e de algo

que não mais terá.

Faço versos como quem

procura o antídoto para o

veneno que inoculaste em

minha poesia.

Mesmo assim, ainda

faço versos para ti.

Rita Venâncio
Enviado por Rita Venâncio em 29/12/2008
Reeditado em 29/12/2008
Código do texto: T1358407
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