Lindinha

Repouso em cômodos assentos

Onde sonhos vão e prantos vêm.

Sonhos – com teus lábio sedentos.

Prantos – pelo teu desdém.

Não me olham teus olhos portentos

Tua boca não posso beijar

E vejo em tantos momentos

O sonho cair e o pranto rolar.

Não fujas, linda, não fujas de mim

Que a solidão me faz tremer.

Mesmo com tanta gente assim

Falta algo. Falta tudo. Falta você!

Falta você me dizer sim.

Enquanto lôbrego padeço.

Não, não ponhas fim

No que bem pouco teve começo.

Vem, lindinha! Vem despertar meu coração

Que clama pelo teu e não desiste.

Que por lençol teve a solidão

E por colchão um vazio triste.

Dormiu desnorteado, sem razão.

Mórbido com uma dose de torpor,

Que uns chamam de paixão

Mas eu chamo de amor.

Amor que nem o tempo devora

Ululando pálido e demente.

Rugindo sombrio agora

Ébrio depois e reluzente.

Levanta esse poeta que chora

Inebriado e saudoso dos beijos que tinha.

Aqui onde esse poeta mora

Só se ouve o teu nome, lindinha!