COMPARANDO O AMOR

O amor é flor de grande beleza,

Comparado com os frutos da primavera,

Existe para afastar a tristeza,

Do coração que se reverbera.

Como elixir, curativo e salutar,

Pode o amor como a lei retroagir,

Adentrando nos corações a palpitar,

Fazendo de logo o ódio derruir.

Se comparado à centelha corisco,

Nota-se longinquamente o seu brilho,

Podemos nos aproximar sem risco,

Nessa atuação linear eu sempre trilho.

Na poesia, compara-se o amor a uma diva,

No paraíso é ele uma deidade,

Na terra é encarnação viva,

No céu uma verdadeira potestade.

Enfim, qual motivo se tem em comparar o amor?

Nada existe para com ele se igualar,

Talvez até, uma linda e bela flor,

Em última análise possamos comparar.

Certeiramente podemos pressentir,

Quando ele vem em forma de paixão,

Ninguém mesmo é capaz de dissentir

De sua força contagiante no coração.

Sentimento maior nunca dispersivo,

O amor é real, irreal, disforme,

Contagiando a todos, nos deixa apreensivo,

Quando vai embora, não há quem se conforme.