AMOR, TRANQUILO AMOR

Pergunta-me o que quero de ti.

Sei o que não quero ou talvez

saiba de algum querer tranquilo,

ainda indistinto.

Não quero de ti teus caminhos

retos ou sinuosos.

Não quero teus arroubos de paixão

ou teus beijos roubados na noite.

Não quero as estrelas que trazias

disfarçadas em caixas de bonecas.

Não quero as bonecas

nem as caixas de músicas quebradas.

Não quero as flores com que

perfumavas meus dias e coloria

minhas longas noites solitárias.

O que quero de ti é apenas

esse estar em mim, como a vida está.

Quero apenas o sabor da tua

boca guardado na minha pele.

Quero teu silêncio que me acompanhava

nas tardes tranquilas sob o pé de manga

onde, juntos, ouvíamos passarinhos

e namorávamos beijas-flores.

Saramar
Enviado por Saramar em 10/04/2006
Código do texto: T136787