Há dias e dias na vida...

Candy

Às vezes, desponta um dia calmo, sereno, cheio de paz.

Estamos felizes, tranquilos, sorrindo à toa.

Eis que de repente, um vento impetuoso sopra, desmoronando tudo.

O nosso mar, antes pacífico, se acorda.

Agita-se. E somos, profundamente, sacudidos pelas ondas.

Parece que tudo acabou, de uma hora para outra.

É o fim. A paz nos foge. A paz se distancia.

E ficamos com medo.

Perdemos a coragem de prosseguir, a coragem de ir até o fundo,

porque ir ao fundo é chegar ao fim.

Todo mundo teme o final.

Os últimos redutos assustam.

Ninguém gosta de conhecer o desencanto...

O escuro assusta. A tempestade apavora.

E a gente prefere permanecer à tona, na superfície,

já que aprofundar nos amedronta.

No entanto, como é pontilhada de contradições a vida!

Quem é que entenderia de luz, se não tivesse conhecido as trevas?

Até as tempestades encerram beleza.

Nós é que permanecemos cegos, surdos, insensíveis.

É em meio às tempestades que se oculta a bonança.

O sol desponta, quando a escuridão se despede.

Às vezes, para ver mais claro, é preciso fechar os olhos, por alguns momentos...

A bonança é a rosa que alegra os olhos do coração.

Seus espinhos são as tempestades.

É conhecendo também os desencantos que os olhos do coração

aprendem a ver mais longe,

a descobrir o branco que o preto da vida torna mais belo.

O preto e o branco do cotidiano.

O preto e o branco na tela da vida.

Cada um de nós tem o seu lado de trevas.

Como pano de fundo, lembrando as paisagens, as trevas realçam o brilho da luz!

Candy Saad

candy Saad
Enviado por candy Saad em 10/04/2006
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