Tão perto, tão longe!

Estou vivendo nas extremidades:

se os olhos meus fecho

tenho-te tão perto,

mas se os abro, no semblante

tenho-te tão distante

que o tempo torna-se eternidade.

Aí envolvida no labor

com o rumo que futuramente

preparas para tua vida

não percebes minha querida

que os dias presentes

carecem tanto de amor.

Aqui sendo devorado

pelos afazeres do cotidiano

nem noto que a vida esvai na cronologia

deste tempo que escapa apressado;

jogo meu viver no abandono

pois que postergo a existência pra outro dia.

Tão longe, tão perto!

separados tão somente

por ambições, quase cobiças

que, feito areia movediça,

de infindável deserto

cegam a visão afetiva da gente.

Cid Rodrigues Rubelita
Enviado por Cid Rodrigues Rubelita em 11/04/2006
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