Portanto...
E ainda sim onde meu rosto chora
Transbordando a emoção tão pura
Por entre meu olhar, que outrora
Luzia de amor a mente escura.
E tingido por um lúgubre desejo
Que esmorece enquanto silencia
Nas noites tristes ainda almejo
Nos ouvidos, ter sua voz macia.
Enquanto a outrem dás amparo
O abandono afaga a pele morena...
Mas tão efusivo que até reparo...
A dor a que o amor me condena.
E tudo que eu diga, será infame
Ao transpor metódico o que sinto
Entre os erros, que você reclame
Devaneio terá mais que o absinto.
E talvez me conheças tanto quanto
Entre as vidraças que o tempo embaça
Mesmo com as cortinas que levanto
Pra não veres o que meu peito passa.
Mas se porventura te amar for jura
Que arrasta contra os dias, sua força
Não sei se presente ou uma tortura
Pois não muda mesmo quanto torça.
Em um passo certeiro, vou sem ré
Sem que os teus olhos me vejam...
De um jeito novo pude reter a fé..
Buscando sol onde os céus trovejam.