Amores Inacabados

Um homem já muito velho,

Todo dia à tarde ia ver o mar,

Ficava por lá, num rochedo

E punha-se a sonhar.

Pegava tinta, pena, papel

E em silêncio escrevia

Umas cartas que, terminadas,

Logo as lançava ao mar.

E do mar, devagar, água e sal

A carta pegavam, partiam.

O velho olhava aquilo tudo,

Sangrar seu peito ele sentia.

O que ficou por falar?

A quem mais não soube amar?

Ele pensando ia escrevendo

Para deixar no mar o peso

De amores que foi perdendo,

Que na vida foi perdendo...

Sebastião Alves da Silva
Enviado por Sebastião Alves da Silva em 14/04/2006
Reeditado em 16/04/2006
Código do texto: T138831
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