Tempo e presente

Somos escravos do tempo que se

perde em nossas vidas.

Quando nossas mãos se unem em carícias

o mundo lá fora não mais existe e sou

passageira de um trem sem parada que

não tem no percurso destino certo.

O sangue que corre em minhas veias

está contaminado com o amor

que se insere pela alma e dilacera

o coração aflito e arrebatado.

Não posso usar palavras doces que

escorrem pela minha boca, pois sei

do acordo implícito que fizemos.

Talvez eu esteja quebrando as regras,

deixando de ser o atalho e

transformando-me em estrada principal.

Apenas sonho com a realidade que

pouco vivo e nessas linhas paralelas visualizo

seu riso que contagia mais que o dia

e aquece minha noite solitária.

Durmo em seus braços o sono

tranqüilo que espelha em suspiros

a felicidade que ultrapassa

as barreiras do próprio tempo.

Hoje sou mais sua que ontem

e sinto-me mais Rita que Rosa

e ainda sou Nina.

Viver o momento é o que dizem

os manuais, mas meu coração

veio sem manual e não

sei manuseá-lo friamente como

se máquina ele fosse.

Sou a alma em flor que busca

em seu peito o carinho que

nunca tive, a palavra que jamais

ouvi em meus dias longos de vida.

Faço uma aliança com o tempo

e direi que serei sua enquanto

ele permitir você ao meu lado, mesmo

que distante do meu bata o

seu coração ou vibre

a sua alma que também é de poeta.

Rita Venâncio
Enviado por Rita Venâncio em 18/01/2009
Código do texto: T1391892
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