PENUMBRA

Dizem que luz e trevas não se unem.

Não, não pode ser verdade.

Não sejam tão radicais.

Aliás, têm algo em comum.

Que seria da luz sem as trevas?

Sobre quem levantaria a bandeira da vitória?

Sobre quem se estribaria?

Ela precisa das trevas até para justificar seu próprio existir...

E não pensem que brigam sempre.

Não brigam sempre;

brincam de mocinho e cavalo...

Têm um tempo de paz,

de namoro, de coabitação.

Sem preconceito de cor ou raça,

elas trocam carícias,

anulam as diferenças,

fundem-se, copulam

e geram a penumbra.

Onde corpos se amam,

onde os humores afloram.

Antonio Leal
Enviado por Antonio Leal em 19/01/2009
Reeditado em 05/04/2009
Código do texto: T1392334
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