PENUMBRA
Dizem que luz e trevas não se unem.
Não, não pode ser verdade.
Não sejam tão radicais.
Aliás, têm algo em comum.
Que seria da luz sem as trevas?
Sobre quem levantaria a bandeira da vitória?
Sobre quem se estribaria?
Ela precisa das trevas até para justificar seu próprio existir...
E não pensem que brigam sempre.
Não brigam sempre;
brincam de mocinho e cavalo...
Têm um tempo de paz,
de namoro, de coabitação.
Sem preconceito de cor ou raça,
elas trocam carícias,
anulam as diferenças,
fundem-se, copulam
e geram a penumbra.
Onde corpos se amam,
onde os humores afloram.