O véu

O véu

O véu que cobria aquela face

Era mesmo desorientador

Deixava-me ver apenas uma haste

Do que eu chamaria de amor.

Atordoado era o vento

Que mesmo em fúria me parecia lento.

Não levantava se quer a ponta bordada

Com o nome da pessoa que por mim seria amada.

Subitamente as mãos seguiram para a face

Que para minha alegria seria descoberta.

Se não fosse um ônibus, minha tormenta,

Passar e me deixar perplexa.

A face se descobriu, virou e seguiu.

Me resta a lembrança dos cabelos

Que castanhos ao longe sumiu

Fazendo-me suar em cruéis pesadelos.

Roberta Krev
Enviado por Roberta Krev em 23/01/2009
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