O véu
O véu
O véu que cobria aquela face
Era mesmo desorientador
Deixava-me ver apenas uma haste
Do que eu chamaria de amor.
Atordoado era o vento
Que mesmo em fúria me parecia lento.
Não levantava se quer a ponta bordada
Com o nome da pessoa que por mim seria amada.
Subitamente as mãos seguiram para a face
Que para minha alegria seria descoberta.
Se não fosse um ônibus, minha tormenta,
Passar e me deixar perplexa.
A face se descobriu, virou e seguiu.
Me resta a lembrança dos cabelos
Que castanhos ao longe sumiu
Fazendo-me suar em cruéis pesadelos.