EM TUDO O AMOR PREVALECE

Ao som do chuveiro, enquanto

a água cai e nos lava corpo e alma,

num erotismo muito próprio e sensual,

nossas mãos passeiam-se, por todas

as protuberâncias, e, os gestos,

tornam-se mais lentos.

E de encontro, um ao outro, uma

enorme fogosidade, faz com que, nosso

sangue, flua mais rápido, até às maçãs,

de nossos rostos, deixando-os

vermelhos, de um desejo, que, parece,

começar a reagir, por debaixo das

águas, escorrendo entre pernas.

Não cedendo logo à vontade da carne,

vamo-nos acariciando ternamente,

em pequenos rituais,

abraçando-nos e beijando-nos, plenos

de respeito e muito amor.

Mal nos vendo, por entre o vapor,

que se foi adensando, dentro do chuveiro,

serve-nos o tacto, para continuarmos

o rito, e, enfim, consumarmos o acto,

por ambos, à muito esperado.

Jorge Humberto

22/01/09

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 23/01/2009
Código do texto: T1400619
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