Alma de menina

Quando você me chama de menina

sinto o tempo que já não tenho

voltar nesse instante.

E menina estou em seus braços,

no acolhedor beijo que recebo,

no toque suave de suas mãos.

E esse tempo que não é meu

nem seu reflete em meus olhos

a angustia, o medo de

não ter mais você.

A alma de poeta e menina

rasga o peito, sangra o coração.

O que me aflige não está

nas palavras que escrevo, mas

na alma que sente.

Não derramo lágrimas e a

tristeza que por vezes visita

a minha casa me

deixa vazia de sentimentos.

A fragilidade permeia dias e noites

e nessa sucessão de horas

procuro seus olhos pousados em mim.

Devo me conformar com o

pouco tempo que temos, saborear

com delicadeza o fruto do

desejo que não consigo conter.

Sua ausência em mim traça

o desconforto dos que amam

e não são correspondidos,

dos que sofrem e não são confortados.

Restam-me simples lembranças

de momentos vividos com você,

na essência madura do que é

saber amar e estar amando.

Rita Venâncio
Enviado por Rita Venâncio em 25/01/2009
Código do texto: T1403172
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