A lágrima

Eu estava com você, ao redor, várias pessoas,

De repente uma palavra foi dita e bateu naquele neurônio,

Que comanda a liberação da água do olho sem controle!

Ela veio quente e invasiva lá do fundo,

Encheu toda cavidade colorida do meu olho e ficou ali.

Sem piscar te olhei, mas ela de repente, indiscreta

Rolou pela minha face. Bem rápido passei a mão, inutil-

mente.

Porque ela já estava percorrendo meu rosto rumo à minha

boca.

Ali se alojou e como um olho d'água se infiltrou

Rumo à lingua,senti seu gosto salgado e desagradada pensei

Agora não, emoção, não é hora de chorar.

Há muita gente que olha, que espia e que comenta: olhe ali

está alguém que ainda chora, por quê será e seguem seu

caminho.

Niguém têm tempo para pensar, nem eu para chorar!

Mas daí já era tarde a gota decera pelo caminho do esque-

mento!

Nem você disse nada, só o silêncio acompanhou a morte

dela no céu da minha boca!