AQUELE VERSO

Quem sabe, num verso, ou dois

Três ou quatro, ou sei lá quantos

Desse-me somente uma chance

De dizer-te o que sinto

De mentir-me que não te amo

De amar-te quando minto

Quem sabe, num quando desses da vida:

Ponteiros de um tempo qualquer

Deixe-me cego de ver e surdo de ouvir

Solte-me das amarras do medo

Rasgue-me a boca o verso mais louco

Desnudando-me desse segredo

Quem sabe, o meu passo curto

Se alongue nessa caminhada

Desbrave o sertão da incerteza

Ferindo-me mas, indo em frente

Na languidez do caminho

Serpenteando a corrente

Quem sabe, eu tome coragem

Ou uma bebida qualquer

Que me faça embarcar na viagem

Louca tentação do desejo

De ter-te, de ser-te, de sermos

Felizes no instante de um beijo

Quem sabe, num tempo inverso

Inverta-se minha sanidade

E o louco, que em mim navega

Navegue dentro da chama

Despudoradamente feliz

Na desfaçatez de quem ama.

Jose Raymundo Xavier
Enviado por Jose Raymundo Xavier em 31/01/2009
Código do texto: T1415537
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