Olha nos meus olhos

Olha nos meus olhos, janela da minha’lma.
Sinta-se a vontade para passeares por mim.
Não te importes com a lágrima que rola no meu rosto.
Nem tentes decifrar o sorriso que insiste em tremular meus lábios.
Vem. Corres ao meu encontro e me abraces forte.
Nem precisas dizer nada.
Deixes apenas eu sentir o teu afago.
Percorras com os teus lábios todo o meu corpo.
Ouças o meu coração bater em ritmo louco:
Saudade! Saudade! Saudade!
Tragas o teu ouvido ao meu sussurro:
Ah! Que saudade de você!
Saudade do teu colo, do teu regaço:
Aconchego perpétuo do meu ser.
Eu te amo bem mais do que imaginas.
E o pior de tudo é o sentimento sinto dentro de você.
Um sentimento antagônico, que traz a lembrança:
Não sou amado por ti.
Então regresso amargurado à insignificância do meu ser.

Olha nos meus olhos, janela da minha’lma.
E entendas porque a tristeza habita em mim.
Quem sabe me vejas além da nudez física e do desejo inóspito.
Talvez sintas um ímpeto sincero de correr ao meu encontro.
E me abraces forte, sem dizer nada.
E enquanto os teus lábios percorrerem todo o meu corpo.
Eu ouça o teu coração bater em ritmo louco:
Saudade! Saudade! Saudade!
E tragas ao meu ouvido o teu sussurro:
Saudade do teu colo, do teu regaço:
Aconchego perpétuo do meu ser.
Eu te amo bem mais do que imaginas.
Perdoa se o que sinto dentro de mim
É um sentimento platônico que eu não sei passar de mim.
Que me faz sentir na pele o teu desprezo:
Não sou amada por ti.
Então regresso amargurada à insignificância do meu ser.
Se assim for amada minha:
Olha nos olhos, janela da minha’lma
E vê que eu ainda te amo. Bem mais do que imaginas.
Demos, então, ao nosso amor uma chance.
Eu saberei enfim porque ainda sonho acordado.
Eu sonho que tu pensas só em mim e eu penso só em você.

 

Este texto faz parte da coletânea Alma Nua de Ivo Crifar, pela editora Baraúna.
Ivo Crifar
Enviado por Ivo Crifar em 31/01/2009
Reeditado em 08/11/2010
Código do texto: T1415576
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