Ventania
Ruge o vento uma triste harmonia
Balouçando vis e velhos pinheiros
Beijando constelações em canteiros
Enquanto nas ramas chora a cotovia...
Vai o vento surrando as pratas nuvens
Que o céu majestoso recolhe como filhas
O poente contrastando em tons ferrugens
Profetizando o fenecer de mais um dia...
Sinto me morder o dente siso da melancolia
Um vácuo dentro do meu ser se agigantando
Em minhas faces frias desliza suave pranto
Chegando a noite sem estrelas como guia...
Vejo meus sonhos rosados que lá se vão
Como aquela tristonha e chorosa cotovia
Que quando chega a noite em sua vida
Vai fazer moradia em um outro coração.