Ventania

Ruge o vento uma triste harmonia

Balouçando vis e velhos pinheiros

Beijando constelações em canteiros

Enquanto nas ramas chora a cotovia...

Vai o vento surrando as pratas nuvens

Que o céu majestoso recolhe como filhas

O poente contrastando em tons ferrugens

Profetizando o fenecer de mais um dia...

Sinto me morder o dente siso da melancolia

Um vácuo dentro do meu ser se agigantando

Em minhas faces frias desliza suave pranto

Chegando a noite sem estrelas como guia...

Vejo meus sonhos rosados que lá se vão

Como aquela tristonha e chorosa cotovia

Que quando chega a noite em sua vida

Vai fazer moradia em um outro coração.

Gil Ferrys
Enviado por Gil Ferrys em 04/02/2009
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