ANA E ROSA.

Eu não sei,

se é namoro ou amizade.

Ana espera Rosa na estação do Metrô

Muita consolação, Masp, Paulista, Trianon.

Afliçâo, desejo, ansiedade.

Mas Ana espera Rosa.

No olhar de Ana,

espécie de desafio.

Trens chegam,

trens se vão.

E o barulho em vão,

da catraca sem Rosa

Que explode como Hiroxima

No vagão de pessoas mil,

Auto-preconceito

Pessoas mil, preconceito.

O tempo mudou.

Os tempos mudaram.

Entre entradas e saídas,

subidas e descidas de vagões,

os tempos mudaram,

o sentimento mudou,

Apenas um atraso.

Houve apenas um atraso,

pois os trens não param,

exceto nas estações-e dúvidas.

Velocidade máxima, aflição.

Encontro-desejo- conflito.

Não há tempo de pensar.

Quase meia-noite.

O olhar de Ana desafia o tempo do relógio.

Confia.

O olhar de Rosa decidiu.

A escada rolante, a saída à esquerda,

Abominável máquina de levar embora,

quem esperou em vão.

Meia-noite.

Meio zonza.

Ana vê Rosa,

explodindo em sua direção.

Ana, Ana, Ana...

Eu te amo.

E sobem juntas, de mãos dadas,

a escada, que Ana

por pouco não foi sozinha.

E Ana encantada,

escuta as histórias de Rosa,

sabendo que, infalivelmente,

seriam Ana e Rosa, para sempre,

como a estação--Ana-Rosa.

Regina Martins Vita
Enviado por Regina Martins Vita em 05/02/2009
Reeditado em 07/02/2009
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