Bicho solto
Esse fogo que queima
Que me incendeia
Que arranca de mim
Minha alma controlada
Meu bicho acorrentado
Que devora minha carne
Em labaredas
Para logo depois me acalmar
Profundamente
No aconchego dos seus braços.
Tempestade que movimenta as marés
Que escurece o brilho do sol
Susto, medo e libertação
Assim é meu coração
Quando meus instintos
Escuta sua voz.
Nada sou sem o som silencioso
De sua respiração, inspiração
Para me jogar no precipício
De seus braços e perigosamente
Me perder no buraco negro da paixão.
Outra ora, inspiração
Para sem uma só palavra
Lhe dizer o que preciso te falar,
Te contar
Tudo o que você precisa saber...
E você sabe.
Sou então a carne exposta,
Cara a cara comigo mesma
A realização do meu ego,
A realização total
O prazer absoluto...
E no próximo ato,
Ser o amor abstrato
O travesseiro amigo
A cumplicidade do olhar
E o companheirismo silencioso
Brisa suave
que refresca minhas manhãs
Amor que dói na alma
Prazer que extravasa
Os meus limites,
Sou corpo e alma
Guerra e profunda calma
E ao mesmo tempo sou nada
Diante dessa paixão.
Então me rendo de vez,
E entrego os “pontos”.