SOLIDÃO DE AMOR

De Regilene Rodrigues Neves

Cai um pingo de sentimento

Escorre num corredor vazio de amor

O coração aperta e a dor exprimida chora...

Sem nenhum carinho

A alma tenta escrever

Seus desejos e sentimentalidades

Submersas nas alíneas de um verso

Que fale de amor

Para sentir-se amparado

No colo da poesia!

Lá fora o destino corre solto

A revelia de um corpo carente

Ausente de mim o amor

Perdido por alguma estação...

Um passageiro efêmero acena

Para os meus sonhos,

Mas logo se despede...

Outra estrofe de solidão se repete

Um poema triste

Sem piedade aflora

Chora minhas lágrimas

Abandonadas num olhar

Entre a distância e a esperança

Os caminhos se fecham na porta do tempo

Estreitando as possibilidades...

Sinto-me uma ilha sem fantasia

O último desejo pingou no chão

Era mais uma lagrima

Que escorria do coração...

O papel cheio de amor

Manchado de vermelho

Escrito de paixão

Comovido de emoção

Lamenta por outro poema triste...

Cheio de amor

Contorna os lábios

Desenha o rosto

Abraça o corpo

Que a alma sente...

A poesia insiste

Para não me ver triste

Escreve sem parar

Amor... amor... amor...

Para que ele se aproxime

E sinta toda poesia que o ama

Apegada desesperadamente

Em versos melodiosos...

Sinto seu hálito tão próximo

Que o beijo numa invasão de privacidade

Sem nenhuma pretensão

Um toque de magia percorre todo meu corpo

E uma ilusão assusta meu coração

Copiosamente chorei de emoção

E um poema escorreu num pingo de sentimento

Externando esse momento cheio de intimidade

Causando-me um sofrimento poético

Cheio de pureza d’alma

Para que o amor possa sentir minhas verdades

Escritas nas paredes do meu íntimo

Escorridas nessa lágrima que o papel exprime

Para extravasar do coração

Outra ode cheia de solidão de amor!...

Em 06 de fevereiro de 2009