MÃOS DE AMOR

MAOS DE AMOR

“ a eficiência torna-se cruel

quando os valores eternos

são deixados de lado!”

Krishnamurti

O linho branco

não é só a harmonia apolínea.

A ele foi doado várias mãos de amor,

desde flor até um ferro em brasa,

que lhe percorreram as fibras,

como uma carícia de mãe

ou o aconchego de casa.

O chá, salvante.

No mato apenas resplendia em folhas,

cuja escolha em ardor beatificou

a filha da natureza que se proveu de outra cor,

ao acasalar sua essência com a água fervida

pelo fogo da cura,

inalada pela espécie de canto

que se fez em festa servida pela ternura.

A sinfonia.

Perfeita na forma de transluzir a vida.

Foi partejada primeiro no papel branco,

depois nas paralelas sustentadoras

das notas saídas do movimento de penas,

alagando o universo sábio de amor profundo.

Amor que teve seu começo no sonho

de quem apenas quis embalar o mundo.

O toque, enlaçado

com a manifestação viva que deslumbra,

tira o coração de dentro do corpo,

para assim viver o universo num único espaço

onde se pode, ternamente, com as pontas dos dedos,

tanto embalar um complexo trabalho,

como nos solidificar num simples abraço.

30/03/2006

Sítio de Poesia

www.alfredorossetti.com

ALFREDO ROSSETTI
Enviado por ALFREDO ROSSETTI em 21/04/2006
Reeditado em 18/10/2015
Código do texto: T142751
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