PRANTO

Sábios existem em todo o canto

Pensam e refletem. Uns demais, outros nem tanto

Mas nenhum que eu conheça, no entanto

Soube me explicar o real valor do pranto

Muitos me disseram seguramente

Pranto é a limpeza da alma da gente

Outros se desculparam e disseram igualmente

Pranto entristece o coração levemente

Perguntei então aos mestres

Guias das almas humanas

Nenhum soube responder-me

Pranto é coisa mundana

Continuei assim minha busca

Queria saber a verdade

Um padre me disse de forma bruta

Pranto é o fruto da maldade

O monge indagou com toda sua razão

Pranto é causa e efeito da iluminação

O espírita, por sua vez, retrucou com emoção

Pranto é evolução do coração

Obtido através da reencarnação

Dentre tantas diferentes opiniões, conheci um ateu

Que me respondeu

Pranto é ciência de quem adoeceu

É reflexo no corpo de quem se aborreceu

Os crentes choram passivos

Convencem-se de que é vontade de Deus

Mas mesmo assim ficam apreensivos

Na hora de dizer adeus.

Em meio a tantas respostas

Sejam curtas, sábias ou dadas sem pensar

Resolvi em meu íntimo, depois de horas inexatas

Simplesmente parar de perguntar

Descobri que pranto é bom e mal

Trata-se do equilíbrio da natureza

Chora-se na alegria e no momento crucial

E tanto atrai ou afasta a tristeza

Percebi que chorar

Não resolve nem supera o que tenho que passar

Mas se a lágrima faz tudo isso que me disseram

Eu hei de deixá-la derramar

Quem sabe dessa maneira

Encontre a resposta ao meu pensar

E qual é a razão do pranto, Deus queira

Eu nunca mais irei questionar

Denilsamore
Enviado por Denilsamore em 08/02/2009
Código do texto: T1427683
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