No amor, com amor, por amor...

Deixo, acima de tudo, o meu amor, para todos que viveram por mim, em mim, junto ao mundo...

Deixo esse amor, do qual eu tanto amei em sentir, ter em meu coração...

Deixo o amor que a vida é pequena para compreender, que o mundo jamais entenderá...

Deixo esse amor que todos sentem medo de sentir, inclusive eu...

Deixo minha alma, para que ela viva um pouco mais, por mim...

Deixo esse amor, para também, que eu ainda viva por ai... Nos corações que temem em amar e, ainda sim tem o maior dos amores...

Deixo minhas lágrimas, para que lavem o meu corpo e reguem o jardim onde eu sempre estarei...

Deixo, pois, uma vida que foi lindamente vivida, onde tudo que aconteceu, foi porque o amor sempre esteve presente...

Deixo as canções que embalaram minha vida, uma trilha sonora onde, também, a melodia baseasse no ‘infinito amor’...

Deixo, aquelas palavras de conforto e amizade que sempre gostei de dizer por onde andei...

Deixo-me ainda que, em um pouco, para que todos corram atrás das minhas folhas, verdes e secas, ao vento, voando, voando, voando...

Deixo-me em beijos, do primeiro, onde o coração disparou de tanto nervosismo, até o ultimo, dado junto a uma ultima lágrima, de despedida...

Deixo-me em abraços, para que ainda aqueça os corpos de meu corpo, para aquecer aqueles que eu mais amei, amo... Para em um dia frio, aquecer você, junto com um beijo meu...

Deixo-me em sorrisos, para alegrar os dias de todos vocês... Para que suas vidas sejam mais radiantes... Para você, em especial...

Deixo-me em forma de água, do rio ao mar, para que sempre naveguem por mim...

E ainda, para que eu seja uma simples gota sequer...

Deixo-me em ventos, para que o mundo me sinta em seus rostos... Para que sempre me sintam em toda parte...

Deixo-me em fotografias, para que possam ver e lembrar, dos maravilhosos momentos passados... Para que Você me veja, ainda sorrindo, sempre, como uma lembrança jamais apagada (Pena que foram poucos com você)... E, é claro, para que você olhem sempre, no fundo dos meus olhos...

Deixo-me em sonhos, os realizados e os esquecidos na manhã seguinte...

Deixo-me em rosas, para que o meu perfume traga consigo o amor de um encontro... Para que em cada uma do lindo buque, vá também um beijo meu...

Deixo-me em poesias, para que tudo e todos, amem e sejam amados, sofram e façam sofrer... Para que, então, transforme-se o amor... Uma incrível e simples perfeição... E para que eu me sinta completo...

Deixo-me em forma de nuvens, aquelas brancas e as escuras com formatos diversos e, que marcam nossa infância, com suas ‘formas animais’...

Deixo-me em sol, como o sol, raiando, iluminando suas vidas, aquecendo-os, sempre! Para que eu, também, seja importante para natureza...

Deixo-me em estrelas, para que o céu esteja sempre lindo, para que os signos estejam bem representados, para que sempre, eu brilhe em suas vidas e, para que eu seja o motivo de dois olhares apaixonados, distante um do outro, pela vida, pelo tempo...

Deixo-me, como a lua, a inigualável beleza, como a rainha de tudo, a mais perfeita inspiração... Como um mito, uma força maior que todos procuram...

Deixo-me como a noite, em mistérios, em paixões, em sonhos e em um querer se libertar, viver então, pensando que somos os nossos donos, os donos do mundo... Ainda sim nunca deixaremos o passado, o passado onde não éramos nada e, nossos espelhos diziam sermos inconseqüentes demais para uma vida em liberdade... Mas, enfim, conseguimos, e estamos ai para que o mundo nos veja como somos, como nós queremos... Estamos vivendo, vivendo... Mostrando aos nossos espelhos que conseguimos...

Deixo-me em amor, no amor, com amor, por amor... E, quando eu já não estiver aqui, também fui por amor, e por amor, um dia voltarei...

(Santarém-Pará, 27/12/08-06/01/09)

Andrew Aramis de Castro Rodrigues

Andrew de Castro Rodrigues
Enviado por Andrew de Castro Rodrigues em 11/02/2009
Código do texto: T1434273